Eu estava grávida da minha primeira filha (a Camila), devia estar no sexto mês da gravidez.
Algumas vezes eu passava muito mal e sentia muitas dores, sabia que não era a hora ainda do bebê nascer (eu não sabia também o sexo da criança e estava na expectativa da primeira gravidez, não tinha experiência no assunto).
Numa noite senti muitas dores e meu marido me levou pra Santa Casa, onde eu fazia o pré-Natal e lá eles me internaram pois o bebê queria nascer prematuramente, e precisei tomar medicação para segurar o bebê e estabilizar a gravidez. Na época não tínhamos convênio médico, mas o atendimento na Santa Casa (pelo menos pra mim) era excelente.
Naquela noite passei muito mal e mal pude dormir com dores e fiquei no soro a maior parte do tempo, lá pelas sete horas da manhã entra uma enfermeira no quarto e nos dá bom dia. Naquele quarto haviam quatro mulheres internadas, grávidas em tratamento e esperando a hora de dar a luz.
A enfermeira me chamou e foi me levantando da cama, não entendi direito o que estava acontecendo e meio dopada e com muito sono sentei-me na cama e perguntei o que ela queria.
Me pediu pra deitar em uma maca, e foi o que eu fiz.
Junto com mais duas enfermeiras me carregou pra sala de cirurgia (eu não estava entendo nada ainda) e chegando lá começou a me amarrar os braços numa mesa e me preparar como se eu fosse passar por uma operação.
Pra mim, os médicos e enfermeiros devem saber o que estão fazendo não é mesmo? E meio assustada, ainda com poucas dores e muito sonolenta achei aquilo normal.
De repente entra um médico e quando me vê ali deitada, já preparada para a cirurgia ele dá um grito com a enfermeira:
' Quem é essa mulher? Cadê minha paciente?'
Na mesma hora o médico retirou o soro e desamarrou meus braços, eu comecei a tremer feito vara verde, e a chorar desesperada, perguntando o que estava acontecendo.
Lembro-me que o médico discutia com a enfermeira e dizia: 'Mas que colosso de estupidez? Você me trouxe a paciente errada?'
Entrei em pânico e o médico veio me acalmar. A enfermeira havia entrado no quarto em que eu estava e "errou" a paciente, vocês podem imaginar? Ao invés de levar aquela mulher que estava com a cesariana marcada, ela me pegou e me levou ao centro cirúrgico, me preparou para a cirurgia, como eu não sabia de nada e nem imaginava como eram os procedimentos, achava que era normal e que aquilo era parte do tratamento.
Fiquei em choque e comecei a chorar sem parar. Exigi que ligassem pro meu marido e pedi que me deixassem ir embora.
O médico foi muito atencioso e cuidou de mim, me acalmou e ficou comigo até que tive alta e fui pra casa com meu marido.
Eu estava decidida a processar o hospital (e principalmente a enfermeira), mas na consulta com meu obstetra que na época era chefe da maternidade da Santa Casa, fui convencida de que era melhor 'esquecer' o que havia acontecido, meu obstetra me pediu que considerasse e que não levasse o caso pra mídia, e por consideração à ele, que é um profissional de primeiríssima, simplesmente para não prejudicar o nome dele, foi que não denunciei o ocorrido.
Passaram-se os três meses seguidos e cada vez que eu entrava na Santa Casa, era atendida como uma princesa, as enfermeiras, os médicos, todos me paparicavam (não sei se com medo de que eu os denunciasse), o fato é que quando fui dar a luz, fui tratada muito bem, passei por uma cesareana e a Camila nasceu forte, linda e saudável. Neste Post eu relatei detalhadamente como foi o nascimento da minha filha.
Meu obstetra vinha a todo momento no quarto (quarto particular que prepararam para mim) e até meus familiares estranhavam o super-atendimento que eu recebia.
Do fato ocorrido, claro que ficou o trauma, mas com certeza os envolvidos foram punidos e a direção da maternidade fez de tudo para que eu fosse bem tratada e que esquecesse o assunto.
Mas fico imaginando... Já imaginou se o médico naquela manhã fosse uma pessoa distraída? E se me operassem naquele dia? O que teria acontecido? Comigo... e com a minha filha Camila??
Nem quero imaginar!
Neste mês de maio (mês das mães e noivas) vou trazer temas sobre o assunto. Gravidez, experiências, coisas de mulher mesmo, rs.
Um grande abraço!
Que loucura!
ResponderExcluirEsses dias operaram um menino na barriga, e a cirugia era fimose... tadinho, não teve a mesma sorte que você!
E aquele outro caso, que operaram a perna errada do paciente???
Eu sei que em toda profissão tem erros, mas na medicina, onde eles cuidam de 'gente' erros são imperdoáveis, muitas vezes irreparáveis ne?
Que bom que o médico era atencioso, e pelo jeito conhecia "a cara" da paciente ( isso é não é comum no sus ).
E viva a Camila!!! rsrs
Vi o caso Lydia, foi no hospital das freiras esse caso que você falou, tadinho do menino.
ResponderExcluirHoje de manhã vi o caso das mães que tiveram os bebês trocados na maternidade e que ontem fizeram a destroca...depois de quase dois naos, uma choradeira. Muito humilhante esses erros médicos.
Ainda bem que comigo não teve um fim diferente.!
É, foi onde a Brenda nasceu ( mas correu tudo muito bem por lá )
ResponderExcluirQuando passou a reportagem a Brenda gritou " mãe, não foi lá que eu nasci?!?!?" rs
A Vitória foi operada da Adenóide lá também, confesso que aquelas freiras me irritavam, toda hora no quarto!
ResponderExcluirÉ incrível as coisas que a gente ouve sobre aquele hospital (Da Rocha marmo)
Que isso Vanda... loucuraaaa
ResponderExcluirDá até medo... aqui em goias esta umas troca de bebes direto... mas estas enfermeiras deviam esta com troço na cabeça... andam fazendo tudo errado... sorte sua que o medo viu que nao era vc.. beijaoooo amiga
Sorte que não aconteceu nada contigo e com teu bebê, mas muita coisa assim acontece hoje em dia aí pelos hospitais brasileiros, e muita gente processa, outros como você não. Beijos, Mauro
ResponderExcluirJake, eu vi hoje de manhã sobre as trocas dos bebês, dá muita pena.
ResponderExcluirExistem erros que não podem ser considerados 'humanos', quando se trata de uma vida a coisa muda de figura;;)
Comigo também aconteceu. Estava grávida de minha filha, apenas de três meses. Infelizmente perdi o bebe que juntava com ela. Quase que ela foi também, mas o médico plantonista da Maternidade de campinas, resolveu fazer uma sonografia, naquele tempo não existia tantos recursos como hoje em dia. Esse médico foi de uma compentência ímpar, e também era do INSS na época, há 30 anos.
ResponderExcluirFiquei internada por mais de 40 dias e meu caso virou tema de tese para o médico. Bom né? Graças a Deus hoje minha princesa está quase para completar 31 anos, nasceu de prematura, aos 7 meses, mas saudável e cheia de vida.
fico muitas vezes pensando como as coisas nos ultimos tempos mudaram. Com tanta tecnologia, a medicina tão avançada, e tantas barbáries acontecem. Penso que que está mais que na hora de dar uma repaginada nas éticas da medicina brasileira.
Beijos minha linda!
Nossa Rô, mas que bom que você e sua bebê ficaram bem ;)
ResponderExcluirGente... que absurdo!
ResponderExcluirTudo bem que somos falhos, humanos e estamos sujeitos a erros... mas com coisas tão sérias a atenção tem sempre que ser redobrada não é??
Igual neste caso dos bebês trcados (que agora está com uma frequência absurda). Parece que não se importam com as consequencias de suas imprudencias.
BjOs pra vcs, minhas amigas blogueiras!! *-*
Se kiserem, adorarei receber a visita de vcs!!♥
http://evesimplesassim.blogspot.com/
Meu Deus, que enfermeira inconsequente. Imagino o susto que você tomou, se fosse eu nunca mais voltaria nesse hospital.
ResponderExcluirdá uma passadinha lá no blog. beeijos ;*
divinaefeminina.blogspot.com
Que loucura isso, né?
ResponderExcluirEstamos passando, aqui na minha cidade por algo semelhante a essa falta de cuidados em Hospitais Públicos: TROCA DE BEBES...!
Depois de 25 anos, e muitas brigas, ofensas e discussões, descombrem-se trocadas na Maternidade.
É o fim, né gente?
beijos♥
Esse tipo de coisa acontece a todo momento, em todos os cantos do Brasil, mas principalmente nos hospitais encarregados de atender a classe mais pobre. Seria até cansativo enumerar fatos como o que você viveu, pois a mídia se encarrega diariamente.
ResponderExcluirFaltam profissionais sérios, comprometidos com a profissão escolhida e bem pagos. A impunidade também gera esse tipo de coisa.
O que podemos fazer? Rezar!!!